Aproveitando que esta é a semana do consumidor, o Procon-SP liberou recentemente o ranking das 50 empresas mais reclamadas durante 2013. A disputa com os bancos foi acirrada, mas as empresas de telecomunicações conseguiram ficar na liderança. Não muito atrás, aparecem lojas online e fabricantes de eletrônicos.
A América Móvil, que representa as operadoras Claro e NET, é a campeã do ranking: em 2013, o Procon-SP recebeu 2.246 queixas contra o grupo, das quais 447 não foram solucionadas. A Vivo/Telefônica aparece na terceira posição com 1.536 reclamações (503 não atendidas), com a Oi surgindo na sequência com 1.460 registros (310 sem solução).
A TIM também está lá, na 7ª colocação, com 962 reclamações registradas e 282 não resolvidas. Das empresas de telefonia, somente a Nextel se manteve fora do "top 10", figurando na 35ª posição com 260 queixas, das quais 126 não foram resolvidas.
O que é mais preocupante é que, em relação ao índice de 2012, quase todas as operações tiveram aumento significativo no número de queixas. No referido ano, as operadoras ocuparam as seguintes posições:
- Claro: 1ª
- Vivo: 3ª
- Oi: 7ª
- TIM: 10ª
- Nextel: 29ª
Diante da constatação de que operadoras e bancos respondem por nove das dez primeiras colocações, o próprio Procon apontou a percepção que nós, consumidores, temos: "nos setores regulados da economia, ainda não é dado o devido tratamento aos interesses e direitos dos consumidores".
Em relação ao varejo, o comércio eletrônico continua puxando as reclamações. A Nova Pontocom, que responde pelas lojas online das Casas Bahia, Extra e Ponto Frio, aparece na 10ª posição com 804 queixas (217 não solucionadas), embora este número englobe também reclamações contra lojas físicas.
Há também boas notícias (ou notícias "menos ruins"): o grupo B2W, que controla o Submarino, a Americanas.com e o Shoptime, apareceu na 33ª colocação com 273 queixas (98 não resolvidas). Em 2012, a companhia figurou na sexta colocação com mais de 700 registros e, em 2011, ficou na vice-liderança do ranking.
No que diz respeito ao comércio eletrônico, a maior preocupação é com a presença de empresas novas e que representam negócios tidos como suspeitos, tanto que aparecem na lista das lojas que o Procon-SP recomenda evitar.
É o caso da Neon Distribuidora, que representa comércios como Neon Eletro e New York Sports (ambos já fora do ar) e que não atendeu a 281 das suas 306 queixas. As Casas Aurora são outro exemplo: o grupo obteve 233 reclamações e deixou 185 delas sem resolução.
De modo geral, o Procon-SP destaca que, além dos tradicionais problemas de atraso e não entrega de produtos, muitas das queixas tiveram relação com o desrespeito ao direito de arrependimento de compra e à utilização indevida de informações pessoais causada, por exemplo, por vazamento de dados (como parece ser o caso da Ingresso.com, que relatamos na semana passada).
Quanto às empresas de eletrônicos, a Motorola é a companhia que mais se destacou, aparecendo na 11ª posição com 780 queixas, das quais 258 não foram atendidas. Lenovo / CCE, Philips, Nokia, Samsung também marcaram presença, todas apresentando colocações piores em relação ao ranking anterior. A exceção ficou para a LG, que mostrou discreta melhora ao pular do 41º lugar em 2012 para a 49ª posição em 2013.
É importante ressaltar que este índice considera apenas as queixas registradas pelo Procon no Estado de São Paulo e, ainda assim, não inclui todos os municípios. Ao todo, a entidade registrou 790.476 reclamações em 2013, 61,71% apenas na capital.
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