Causando surpresa em ninguém, as três maiores operadoras do país arremataram os três lotes nacionais do 4G de 700 MHz nesta terça-feira (30) no leilão da Anatel. Claro, TIM e Vivo ficaram com os lotes que permitem oferecer conexão 4G em todo o território brasileiro. A Oi, que possui uma dívida líquida bilionária, anunciou na semana passada quenão participaria do leilão. A Nextel também ficou de fora.
Com três grandes lotes e três grandes operadoras, não houve nenhuma disputa. A Claro foi a primeira operadora a arrematar um lote nacional, por R$ 1,947 bilhão, valor apenas 1% (!) maior que o mínimo estipulado, de R$ 1,927 bilhão — em 2012, quando houve disputa com a Oi, a Claro chegou a pagar 34% acima do valor mínimo por um lote nacional do 4G de 2.600 MHz. A nova licença permitirá que a Claro use um espectro de 10+10 MHz para ampliar o 4G no país.
A TIM ficou com o segundo lote, também com ágio de 1% em relação ao mínimo exigido pelo edital. E, como as concorrentes já haviam arrematado seus lotes, a Vivo ficou com o lote 3 pagando R$ 1,927 bilhão, o valor mínimo. A Algar Telecom (CTBC), que tem atuação limitada no país, não disputou nenhum dos lotes nacionais.
Além de pagar ao governo pela licença de uso, as operadoras ainda deverão arcar com os custos da “limpeza” da faixa de 700 MHz. O 4G somente poderá começar a funcionar 12 meses após todas as emissoras de TV desocuparem a frequência na região — e isso vai demorar um pouquinho. Quem arrematou os lotes deverá pagar pelos equipamentos para que as emissoras transmitam na nova frequência e investir em soluções para evitar interferências na TV digital.
A maior vantagem do 4G de 700 MHz é que, com frequência menor, a penetração do sinal é maior. O 4G usado no país opera na faixa de 2.500 MHz a 2.690 MHz. Com a frequência menor de 700 MHz, as operadoras precisarão instalar menos antenas para cobrir a mesma área com o 4G, o que deve melhorar a cobertura do serviço e diminuir os custos.
O lote 5, que dá direito à operação do 4G de 700 MHz em 87 municípios de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo, ficou com a Algar Telecom, que pagou R$ 29,567 milhões pela licença, R$ 7 mil acima do mínimo. Naturalmente, nenhuma operadora que participou do leilão de hoje se interessou pelos lotes 4 e 6 — eles ficariam, provavelmente, com a Oi e a Sercomtel.
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