Faltando 19 dias para o inicio da E3 e das definitivas revelações do novo PS4 e Xbox One, já conseguimos vislumbrar as propostas de cada uma das empresas para seus equipamentos. Mesmo ainda não respondendo inúmeras questões como valores ou datas específicas de lançamento, ambas empresas já nos deixaram com o bolso coçando e a vontade de poupar parte do salário para investimentos futuros.
Realidades paralelas
Microsoft e Sony possuem visões diferentes sobre as necessidades dos jogadores de console. Enquanto a japonesa tem seu foco na sociabilidade entre os jogadores, a americana aposta todas suas fichas na interação do usuário com seu console e no consumo de conteúdo multimídia. O novo Playstation irá possibilitar que jogadores façam streaming de seus games e até mesmo interajam entre si, fazendo comentários, dando dicas e até mesmo tomando o lugar do jogador para o auxiliar em tarefas mais complexas.
Em contrapartida, a Microsoft sequer mencionou algum tipo de interação social, muito pelo contrário. A única interação que pudemos ver foi a do usuário com o equipamento, que, desta vez, terá como coração o novo Kinect. Enquanto o Playstation 4 prioriza a interação entre pessoas, o Xbox One tem como principal proposta a interação da máquina com o usuário, além disso, o que vimos do novo console da Microsoft foram apenas melhorias de funções já existentes.
Não há muitas novidades na terra da jogabilidade
No inicio desta geração, Sony e Microsoft estiveram atrás da Nintendo em questão de jogabilidade. Com o lançamento do Kinect e do PS Move em 2010, as empresas deram passos diferentes nesse campo. Enquanto o PS Move se tornou uma cópia do Wii mote, o Kinect conquistou seu próprio lugar ao sol com utilidade dentro dos games e fora dele. Vale lembrar que em 2007 a Sony lançou o PS Eye, que deveria possuir as mesmas funções que o Kinect, entretanto, o periférico falhou miseravelmente.
Agora a Sony investe novamente no PS Eye com funções mais apuradas e o inusitado reconhecimento de profundidade dos novos DualShock 4. O periférico do console está muito mais similar ao da concorrente e, atrelando o equipamento ao PS Move, a Sony pode criar mais interação entre sua família de controles.
Um pouco na frente está a Microsoft. O novo Kinect é peça central para o bom uso do console. Com seu software aprimorado, vimos que o periférico faz tudo o que já fazia anteriormente, porém melhor. Os novos controles de gestos se assemelham bastante a alguns já utilizados em telas touch, como a pinça.
Em relação aos tradicionais controles, mesmo com um novo design, a proposta para o Xbox One continua a mesma. Já o DualShock 4 vem com um touchpad para algumas novidades em relação a minigames e um botão de Share para as funções de redes sociais.
Para aqueles que esperavam formas de jogo revolucionárias, nenhum dos dois consoles apresentou, pelo menos até agora, algo tão diferente quanto o já comercializado Wii U.
A batalha dos exclusivos
Atualmente, a Sony é a campeã quando mencionamos títulos e franquias exclusivas. God of War, InFamous, Uncharted e Heavy Rain são com certeza os blockbusters mais famosos, porém, a japonesa vem investindo pesado em títulos independentes como Papo & Yo e o aclamado Journey. Com seu console de próxima geração tendo arquitetura similar a um PC, a empresa pretende aumentar bastante seu acervo de títulos e franquias exclusivas, assim poderemos ver não só grandes empresas criando novas franquias como desenvolvedores independentes de todo o mundo explorando a plataforma da Sony.
A Microsoft sabe que grandes títulos exclusivos podem ser decisivos na hora de comprar um console e, por isso, anunciou em sua conferência 15 deles - desse total, 8 são novas franquias. Grande parte dos títulos será feita por desenvolvedoras parceiras da Microsoft Studios e em nenhum momento a empresa ensaiou comentar algo sobre desenvolvimento independente. Se levarmos em conta que o Xbox One irá utilizar uma arquitetura própria, a chance de que desenvolvedores independentes optem pelo concorrente é grande, já que, com uma arquitetura similar a um PC, desenvolver para PS4 e depois lançar o game para computador via Steam será algo mais fácil.
Analisando o tom do discurso das duas coletivas, parece que a Sony está mais preocupada que a Microsoft em possibilitar que os desenvolvedores criem a maior quantidade possível de títulos para seu console.
O que há dentro
Tanto Sony quanto Microsoft fizeram uma breve descrição do hardware de seus produtos. Porém, a empresa oriental mostrou mais que Cinematics. Em sua coletiva, vimos cenas que envolviam gameplay e mostravam a capacidade gráfica do console, o mesmo não pode ser dito da conferência da Microsoft.
Mostrando apenas Cinematics e comentando muito pouco sobre seu produto, foi impossível para os telespectadores descobrir que resultados os componentes de hardware podem demonstrar. Mesmo com um vislumbre da nova engine de COD: Ghosts não podemos ver claramente o que esperar do Xbox One.
Perguntas sem respostas
Ainda existem inúmeras perguntas sem respostas sobre os dois desejados consoles de nova geração. Aparentemente poderemos ver ambos à venda até o fim do ano, mas ainda não está claro se haverá diferentes versões dos consoles e quais os valores de mercado. Também podemos questionar os serviços embutidos nas stores e as demais features como streaming e assinaturas de programas e canais, até mesmo as parcerias envolvendo conteúdo com NFL e demais empresas multimídia. Quando todos estes recursos estarão disponíveis em um pais como o nosso?
Até a E3
A impressão que fica com tudo o que foi revelado até agora é que a E3 não será apenas a cereja do bolo. É lá que vamos realmente entender o real objetivo das empresas com suas novas plataformas. A única conclusão que pode ser tirada, talvez de forma precipitada, é que o Xbox One é um console voltado a pessoas que gostam de jogar e assistir blockbusters, já o PS4 é voltado para jogadores de video game que desejam ser youtubers.
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