Fabricantes de CPUs, como Intel, AMD e mesmo empresas especializadas em chips ARM, como Qualcomm e Texas Instruments, conseguem generosas margens de lucro sobre a venda de seus processadores, ainda que o custo e complexidade das tecnologias sejam altos. Temos também empresas especializadas em memórias NAND, como a SSD, que embora não tenha margens de lucro tão altas, não precisa lidar com tanta complexidade, sendo que para esse tipo de memória é relativamente simples fazer novos investimentos em técnicas mais avançadas de produção. Por outro lado, memórias RAM são um produto relativamente complexo, mas possuem margens bastante baixas de lucro, sendo que o ganho está na escala.
Esse cenário explica o motivo de ainda não termos modelos com memória DDR4 por aí, sejam desktops, servidores ou smartphones. A transição para o padrão DDR4 trará uma série de benefícios, entre eles o aumento de performance e a redução do consumo energético, caso semelhante ao que acontece com novos processadores, porém, considerando o primeiro parágrafo, empresas como aSamsung resolveram adotar uma nova estratégia: diminuir a litografia dos seus chips DDR3 para 20 nm ao invés de entrar de cabeça no mercado de memórias DDR4, que ainda está nos seus primeiros estágios.
Ao mover para chips DDR3 de 20 nm, o usuário não ganhará em relação à performance, mas sim em um consumo menor de energia (25% menor, segundo o ExtremeTech), o que pode não fazer tanta diferença nos desktops, mas traz um ganho significativo de autonomia de bateria em Ultrabooks e smartphones. No passado, a demanda de servidores e desktops de alto desempenho direcionava o mercado de memórias RAM, porém, desde a popularização das memórias DDR3, smartphones, tablets e ultrafinos cresceram exponencialmente, o que pode fazer com que a demanda por chips altamente econômicos (como o tão falado LPDDR4) diga para os fabricantes qual é a hora do DDR4 chegar ao mercado.
De qualquer forma, os fabricantes que adotarem as memórias DDR3 de 20 nm já se beneficiarão do menor consumo energético desses chips, uma boa notícia para fabricantes de SoCs que ainda não criaram chips que funcionam com o DDR4, uma vez que podem continuar lançando modelos que funcionam com cada vez menos energia. A Samsung já alega que as memórias DDR4 possuem benefícios em relação à economia de energia e desempenho, mas essa decisão mostra que o mercado ainda não está preparado para o novo padrão. Alguns modelos já foram demonstrados, mas mais como protótipos do que propriamente produtos finais.
Comparativo: redução do consumo de energia de memórias DDR4 e DDR3L
A Computex 2014 acontecerá daqui a poucos meses, e provavelmente veremos muitos fabricantes lançando protótipos com memórias DDR4, assim como smartphones, tablets e ultrafinos com a esperada memória LPDDR4, que aumentará significativamente a autonomia de bateria desses produtos. Do lado dos computadores de alto desempenho, temos o Intel Haswell-E, que tem tudo para marcar presença na feira e que suportará nativamente o padrão DDR4 com o chipset X99.
- O que é SSD?
Nós aqui do Canaltech esperávamos ver alguns modelos com memórias DDR4 à venda ainda em 2014, mas essa decisão da Samsung nos faz acreditar que elas só chegarão oficialmente ao mercado em 2015, ou mesmo 2016. Outro ponto é que o menor consumo de energia do DDR3 de 20 nm fará com que a diminuição do consumo de energia do DDR4 seja menos chamativa, o que pode atrasar ainda mais a sua chegada ao mercado, já que tanto empresas quanto usuários finais não verão um benefício tão grande que justifique a troca de um padrão pelo outro.
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