Separamos quatro dos antivírus gratuitos mais populares para fazer uma análise de uso de cada um deles.
Essa é uma configuração bastante devagar para a maioria das situações, e a utilizamos exatamente para observar as possíveis quedas de desempenho que os antivírus testados podem apresentar. Utilizando um processador de alto desempenho, uma boa quantidade de memória RAM ou até um SSD, essas diferenças mal seriam observadas. Vamos ver como cada um deles se comporta a seguir.
Proteção
Um ponto que não vamos analisar aqui é a proteção oferecida por cada um dos programas, já que isso varia muito conforme o usuário. Alguns oferecem até 99,9% de eficácia. Outros 99,5%, o que pode não fazer muita diferença no final das contas, já que a porcentagem restante pode ser exatamente o que o usuário precisaria em determinada hora. Nesse quesito vamos considerar os 4 como parecidos, já que, por serem gratuitos, não há um compromisso dos fabricantes em garantir 100% de proteção, e, mesmo se fosse o caso, é algo que depende do uso da máquina mais do que da proteção do antivírus em alguns casos.
Performance
Em nossos testes o Avast e o AVG, em suas versões gratuitas, pesaram muito pouco no desempenho do sistema. O AVG se saiu um pouco melhor, quase não interferindo no tempo de inicialização do Windows – algo que o Avast não conseguiu. De qualquer forma, ambos não interferiram no funcionamento normal da máquina. O Security Essentials também não se saiu mal, com exceção de uma situção: nossa máquina de testes apresentou algumas lentidões durante o processo de atualização, algo que não aconteceu com o Avast e o AVG.
Já o PSafe apresentou algumas lentidões em grande parte das tarefas que realizamos normalmente, como abrir um arquivo depois de baixado e ao carregar páginas da web, como se houvesse uma espécie de "duplo processamento". Até entendemos que isso pode ser causado pela análise real-time do programa, mas os outros 3 também possuem essa capacidade e não apresentaram esse tipo de problema. Mais estranho ainda é que ele funciona na nuvem, o que nos fez achar, a princípio, que ele seria mais leve do que todos os outros.
Recursos
É natural que as empresas de segurança façam com que as versões gratuitas de seus antivirus não sejam tão boas a ponto de canibalizar as vendas das versões pagas. Isso no caso do Avast e do AVG é mais do que compreensível, mas tanto o MSSE quanto o PSafe não possuem versões pagas. Enquanto o MSSE é uma forma da Microsoft fazer o seu sistema operacional mais seguro, o PSafe é gratuito e não há uma versão comercial que impeça a versão gratuita de ter uma série de recursos.
No caso do Avast, na versão 2014 que testamos, o menu distingue muito bem o que é pago e o que é gratuito, trazendo somente o antivirus e o anti-malware por padrão. Não há proteção contra phishing ou para transações bancárias, caso semelhante ao AVG. Nesse quesito o MSSE e o PSafe saem na frente, trazendo, além do antivírus e anti-malware, proteção contra phishing, cavalos de tróia e anti-spyware por padrão, conforme está escrito no site dos fabricantes.
Interface
Um mérito que todos os modelos que testamos compartilham é uma interface limpa e razoavelmente intuitiva, exigindo poucos cliques e uma pequena curva de aprendizagem. Porém, o Avast e o AVG nos pareceram mais organizados em relação às suas funções, com menus e submenus mais organizados. O Security Essentials possui uma organização em abas na parte de cima, mas tem menos opções, e no PSafe isso é ainda mais grave. Há pouquíssimas opções de controle para o usuário, em geral para atualizar e fazer uma varredura.
Boa parte da interface do PSafe é usada para mostrar a pontuação do usuário no "Heróis da rede", que dá pontos para o usuário que recomendar o programa. Não ha recursos extras, apenas módulos que podem ser adquiridos separadamente com planos anuais. Por mais que poucos controles deixem o programa mais simples, o fato dele ter menos opções que os concorrentes acaba fazendo com que essa estratégia saia pela culatra.
Um lado negativo exclusivo do PSafe
Todos os antivírus acima são instalados por escolha do usuário – basta acessar o site oficial e fazer o download. O PSafe também permite essa escolha, mas não é raro alguns usuários reclamarem que ele está instalado na máquina sem sua permissão. Isso acontece em muitos sites que disponibilizam downloads através de downloaders, que incluem uma série de propagandas e programas que serão instalados em conjunto. O PSafe é um desses e, se não desmarcado, será instalado no PC sem que o usuário saiba.
Isso é bastante desagradável em um antivirus, especialmente porque a sua instalação pode causar problemas com um outro antivirus que já está rodando na máquina. Essa é uma das principais formas de distribuição do PSafe, e é o único da nossa análise que é oferecido dessa forma.
Conclusão
Como já esperávamos, um se sai mal onde outro se destaca. Essa é uma conclusão natural, já que são projetados por empresas diferentes com focos diferentes. Porém, acreditamos que tanto o Avast Free como o AVG Free oferecem mais recursos para o usuário do que os outros dois, tanto por serem intuitivos a ponto de não exigir conhecimento técnico avançado para proteger a máquina quanto por interferir menos no funcionamento padrão da máquina.
Em seguida temos o MSSE, uma boa solução gratuita para o usuário básico que quer uma camada de proteção extra, integrando perfeitamente ao Firewall do Windows. Por último temos o PSafe, que não nos pareceu estar em pé de igualdade com os outros três – algo que pode ser até esperado por ser uma solução ainda nova no mercado. Reparamos que, além disso, ele possui um bom índice de rejeição, já que está instalado em algumas máquinas sem que o usuário o tenha baixado. Isso dá a impressão de que ele, mesmo sendo um antivírus, se parece mais com aqueles "utilitários inúteis" que são instalados em conjunto com outro programa via downloader.
No final das contas, o que vale, sempre, é a preferência do usuário. Cada um pode se identificar com determinado antivírus por diferentes motivos – seja devido à interface adotada por cada um, seja por já usar um deles há algum tempo. Outro ponto importante é o tempo de mercado que cada um deles tem – para muitos um indicativo de qualidade, embora nem sempre seja uma relação direta.
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