Quando Facebook anunciou a aquisição do Instagram, em setembro de 2012, US$ 1 bilhão soou como um valor astronômico para uma compra de aplicativo. Mas por mais que rumores de que o próximo alvo da rede social seria o WhatsApp já corressem pela internet e pelo Vale do Silício desde o fim daquele ano, ninguém imaginaria que o CEO Mark Zuckerberg estaria disposto a desembolsar 19 vezes esse valor em outro aplicativo.
De qualquer forma, a compra de valor astronômico de US$ 19 bilhões (US$ 16 bilhões pelo app e mais US$ 3 bilhões em ações para os 55 empregados da empresa) foi confirmada na noite de ontem (19) e o aplicativo de comunicação instantânea WhatsApp agora também faz parte do império de Zuckerberg.
A pergunta que fica agora é o porquê da compra e se o valor pago realmente se transformará em um bom negócio para o Facebook. Vale lembrar que a rede social não foi a primeira a fazer uma oferta ao WhatsApp: o Google teria oferecido US$ 10 bilhões em um negócio que não foi para frente.
Mas com seus atuais 450 milhões de usuários e 70% de engajamento diário, é fato que o aplicativo de mensagens instantâneas atingiu uma massa crítica que dificilmente poderia ser alcançada por qualquer outro player que já estivesse envolvido nesse mercado.
Mesmo o Facebook, com seu mais de 1,2 bilhão de usuários, não teve a capacidade de mobilizar um crescimento sequer próximo da pequena operação dos co-fundadores Brian Acton e Jan Koum, que adiciona uma média de um milhão de novos usuários todos os dias.
Em novembro passado, o Facebook fez sua aposta no redesign e relançamento de seu serviço de mensagem instatâneas, o Facebook Messenger. Mas mesmo com o crescimento de 70% no uso do app, em grande parte do mundo o WhatsApp ainda reinava.
A realidade é que o WhatsApp chegou ao mercado no momento certo, com uma proposta simples e direta de troca de mensagens, e começou a conquistar usuários em mercados maduros e emergentes que já começavam a deixavar o SMS para trás. Atualmente, o tráfego diário WhastApp já se aproxima do volume diário global de SMSs, com o equivalente a 30 bilhões de mensagens enviadas diariamente.
Segundo dados coletados pelo TechCrunch em dezembro de 2012 através da plataforma Onavo, o Facebook só conseguia segurar pedaços consideráveis de mercado em países como os Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia entre usuários de iPhone, onde as porcentagens de seus usuários permaneciam equilibradas com o WhatsApp. Por outro lado, em regiões como a Europa, Índia, Rússia e Brasil, a maioria esmagadora dos usuários mostrava sua preferência pelo WhatsApp.
Uma pesquisa recente da empresa de marketing mobile Jana Mobile mostrou que esses valores não mudaram muito de lá para cá. Segundo o levantamento, 63% dos usuários pesquisados no Brasil afirmaram que utilizavam o WhatsApp como principal app mensageiro, contra 5,58% que utilizavam o Facebook. No México, outro país emergente com grande participação em redes sociais, os valores foram 76% para o WhatsApp contra 5% para o Facebook. Já na Índia, apenas 0,85% disseram usar mais o Facebook, contra 55% que preferiam o WhatsApp.
Nesse cenário, a ideia de se pagar o equivalente a US$ 35 por usuário não parece ser algo tão ruim assim. Para o diretor do setor de consumer e telecomunicações da analista de mercado IDC, Alexandre Campos, a movimentação da rede social é um indicativo claro da importância do setor mobile para a empresa, que já tem grande parte de seus acessos e lucros originados de smartphones e tablets.
"Estrategicamente, o WhatsApp é muito mais forte que o Facebook Messenger em países emergentes. Então é uma aquisição importante nesse caminho onde o acesso à internet por smartphones é maior", opinou em entrevista ao Canaltech. Segundo números divulgados pela IDC, no ano passado o número de vendas de smartphones ultrapassou 1 bilhão no mundo. "Você fazer a aquisição de um concorrente que tem uma base crescente mais forte que a sua em mercados interessantes e grandes, como Índia e Brasil, sempre acelera seu processo. Acredito que, estrategicamente, a aquisição foi muito boa".
Resta saber agora quais serão os planos de Zuckerberg para o aplicativo recém-adquirido. O CEO do Facebook já sinalizou que não deve passar a incluir anúncios no WhatsApp como forma de monetizar o serviço e que ambas companhias continuarão a seguir caminhos separados. Segundo ele, o foco agora é aumentar o número de usuários do app, em uma trajetória que Zurckerberg acredita que poderá atingir 1 bilhão de usuários.
[ Fonte: http://corporate.canaltech.com.br/ ]
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