Quando Brian Acton foi reprovado em um processo seletivo para trabalhar no Facebook em 2009, ele não esperava fundar pouco tempo depois o WhatsApp e melhor: cinco anos depois, vendê-lo para a rede social pela bagatela de nada mais, nada menos, que US$ 16 bilhões.
A negociação, anunciada na quarta-feira (19), já é considerada a maior aquisição de startup apoiada por fundos de venture capital, segundo levantamento da VentureSource divulgado pelo blog Venture Capital Dispatch. Atrás dela estão a compra da Continental Cablevision por US$ 11,8 bilhões pela US West Media, em 1996; e a do Skype, por US$ 8,5 bilhões pela Microsoft, em 2011. Contudo, esse não foi o maior valor na história da tecnologia, perdendo somente para a aquisição da Compaq pela HP em 2001, por US$ 25 bilhões.
Sequoia Capital: o grande vencedor
Entretanto, quem foi o grande vitorioso dessa transação não foi Acton ou Jan Koum, co-fundadores do WhatsApp, e sim a Sequoia Capital, o fundo de investimento por trás do app que empreendeu US$ 8 milhões em 2011. Segundo uma fonte próxima à negociação ouvida pelo Wall Street Journal, o WhatsApp divulgou apenas uma rodada de investimento, mas na verdade, teve mais duas lideradas pela Sequoia, que teria investido, no total, cerca de US$ 60 milhões no app. Isso representaria 19% da fatia do WhatsApp que, segundo contas do TechCrunch, equivalem a US$ 3 bilhões em dinheiro e ações.
Mas não para por aí. De acordo com o blog DealBook do jornal The News York Times, a Sequoia pode obter um retorno 50 vezes maior do dinheiro investido em 2011. O retorno seria um recorde para a empresa de investimentos.
Fundada em 1972, a Sequoia Capital ganhou status depois de apostar no Google, Apple, Oracle e PayPal. Contudo, foi muito criticada por ter perdido o "timing" das redes sociais com o Facebook e o Twitter. Para quem não conhece ou não lembra, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, fez uma "pegadinha" com a Sequoia durante uma apresentação do Wirehog, programa de compartilhamento de arquivos linkado ao Facebook (já desativado). A apresentação dizia "10 razões para não investir no Wirehog", motivada por uma richa entre Michael Moritz, da Sequoia, e Sean Parker, co-fundador do Napster. A história, que é melhor detalhada no livro "The Facebook Effect", acabou rendendo um "não" da Sequoia. Por razão do destino ou vingança inesperada, o que aconteceu é que, querendo ou não, foi o Facebook que investiu uma boa quantia na Sequoia.
Recentemente, a Sequoia Capital também investiu no LinkedIn, YouTube e diversos sucessos do mundo mobile, como Dropbox, Square, Evernote e Instagram, que também foi adquirido pelo Facebook, em 2012, por US$ 1 bilhão.
Lição às startups
Em post publicado no seu blog oficial, a Sequoia resolveu se manifestar sobre a aquisição e deu algumas das razões porque resolveu investir no WhatsApp anos atrás.
“No momento em que abriram as portas do WhatsApp, Jan e Brian queriam uma empresa diferente. Enquanto outros buscavam atenção, eles se afastaram dos holofotes, se recusando até mesmo a colocar uma placa na porta do escritório do WhatsApp, em Mountain View. Enquanto os competidores promoveram games e correram para construir plataformas, Jan e Brian permaneceram devotados a um serviço de comunicação limpo e que funcionasse com perfeição”, afirma Jim Goetz.
Em outro trecho, Goetz ainda fala da privacidade e da facilidade de registro. "Quando nós fechamos parceria com o WhatsApp em janeiro de 2011, ele tinha mais de uma dúzia de concorrentes diretos, e todos foram apoiados por publicidade (somente em Botswana havia 16 aplicativos de mensagens sociais). Jan e Brian ignoraram a sabedoria convencional. Ao invés de atingir usuários com anúncio — uma abordagem que caiu nos desgosto deles durante seu tempo no Yahoo —, eles escolheram o caminho oposto e cobraram um dólar para um produto que é baseado em saber tão pouco sobre você. O WhatsApp não coleta informações pessoais como seu nome, sexo, endereço ou idade. O registro é autenticado usando um número de telefone, uma inovação significativa, que elimina a frustração de se lembrar de um nome de usuário e senha. Uma vez entregue, as mensagens são excluídas dos servidores do WhatsApp".
Em outro trecho, Goetz ainda fala da privacidade e da facilidade de registro. "Quando nós fechamos parceria com o WhatsApp em janeiro de 2011, ele tinha mais de uma dúzia de concorrentes diretos, e todos foram apoiados por publicidade (somente em Botswana havia 16 aplicativos de mensagens sociais). Jan e Brian ignoraram a sabedoria convencional. Ao invés de atingir usuários com anúncio — uma abordagem que caiu nos desgosto deles durante seu tempo no Yahoo —, eles escolheram o caminho oposto e cobraram um dólar para um produto que é baseado em saber tão pouco sobre você. O WhatsApp não coleta informações pessoais como seu nome, sexo, endereço ou idade. O registro é autenticado usando um número de telefone, uma inovação significativa, que elimina a frustração de se lembrar de um nome de usuário e senha. Uma vez entregue, as mensagens são excluídas dos servidores do WhatsApp".
Fica uma lição para as startups, novas ou com algum tempo de mercado. O cliente espera um serviço bom, no qual possa se fidelizar, e consequentemente, investidores procuram essa fidelização. Não basta uma fachada ou escritório atraente se o produto não segue o mesmo adjetivo.
[ Fonte; http://corporate.canaltech.com.br ]
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