"Eu realmente odeio o dinheiro, eu quero acabar com ele", afirmou o Diretor Global de Desenvolvimento do PayPal, John Lunn, durante sua keynote para campuseiros nesta quinta-feira (30). De acordo com o executivo, o maior serviço de pagamentos digitais do mundo está focado em eliminar todos os intermediários que usamos atualmente para realizar uma compra, seja ela sua carteira, notas de dinheiro ou até mesmo seu celular.
A empresa está demonstrando na Campus Party o novo serviço Paypal Check-in, que já está no Brasil desde outubro do ano passado de maneira limitada, em parceria com uma rede de cafés de São Paulo. Através do aplicativo, é possível fazer "check in" em uma loja e realizar seu pedido e compra com a antecedência que você quiser através do smartphone.
Do outro lado, o vendedor receberá seu pedido, sua foto e informações. Depois é só ir até a loja e acenar para o vendedor, que te reconhecerá pela imagem e te entregará o produto. "Atualmente você é obrigado a ficar em uma fila para fazer a parte mais chata de toda compra: pagar. Nós queremos que você tenha mais tempo para focar na parte divertida, procurar, escolher e experimentar o produto". Agora, a empresa está expandindo a quantidade de parceiros no país para trabalhar com o serviço. O Brasil foi o primeiro país da América Latina a receber o serviço.
"Eu realmente odeio o dinheiro, eu quero acabar com ele", afirmou o Diretor Global de Desenvolvimento do PayPal, John Lunn (foto: Rafael Romer/Canaltech)
Em entrevista ao Canaltech, Lunn falou que acredita que o modelo proposto pelo Paypal não gera conflito com questões de privacidade do usuário, já que todos os programas da empresa são optativos e a empresa garante que só as informações necessárias serão repassadas ao vendedor. "A verdade é que a privacidade e conveniência são duas coisas opostas. Há nove anos as pessoas diziam 'eu não vou colocar minhas informações no Facebook, isso é loucura', agora se você não está no Facebook você não tem amigos. Então é conveniente [fornecer seus dados] se a experiência melhora sua vida", afirma.
Além de extinguir o dinheiro, Lunn defende que no futuro deveremos nos livrar completamente de nossas carteiras. "Sua carteira deveria estar na nuvem, ela não deveria estar no seu smartphone, não deveria estar na sua TV, não deveria estar no seu bolso", disse. "E todos os dispositivos deveriam se conectar à sua carteira, e assim você só teria uma carteira".
A tecnologia para tornar isso realidade já existe, de acordo com o executivo, mas ainda há muita infraestrutura de legado que atrapalha o avanço dessas tecnologias nos negócios. Para isso, a empresa promove atualmente programas como o Cash for Registers, que permite que comerciantes norte-americanos troquem suas antigas caixas registradoras por uma quantia em dinheiro e um novo modelo de registradora conectada e com suporte para apps. A empresa promove ainda iniciativas como o Paypal Login, para usuários conectarem contas verificadas com suas informações bancárias a serviços e negócios, como forma de facilitar transações.
Uma tendência, no entanto, que o Paypal parece não estar pronto para adotar tão cedo é a moeda virtual Bitcoin, já aceita por diversos internautas e vendedores digitais. "Nós observamos a Bitcoin bem de perto, mas para nós ela não está pronta para ser uma moeda", disse.
Lunn se diz pessoalmente empolgado pelo conceito da moeda, mas afirma que a estabilidade ainda é algo que preocupa a empresa, e a falta de regulamentação torna difícil de se trabalhar com ela. "Mas para nós, assim que ela se tornar uma moeda estável, com certeza olharemos para isso", sugere.
Futuro da compra
Para o executivo, as compras online devem se tornar "contextuais" no futuro próximo. "O seu computador saberá o que você quer antes de você comprar", afirma. Cada uma das preferências, histórico de compras e informações de perfil serão analisadas para indicar para o consumidor quais os produtos que ele busca no momento correto.
A distância entre comprar e receber o produto também deve se tornar cada vez menor. Atualmente, serviços como o eBay Now já permitem a entrega de um produto onde o usuário estiver dentro de uma hora após a compra, tudo baseado em geolocalização - isso nos EUA.
Para Lunn, o crowdfunding também deve ganhar cada vez mais força no nosso dia-a-dia, conforme consumidores se engajam cada vez mais ativamente com produtos que representam exatamente o que buscam. Para o executivo, o consumidor atual não tem mais paciência para esperar um produto que "não existe", e qualquer boa ideia pode ser financiada através de múltiplas pessoas que se interessem por ela.
Fonte: http://corporate.canaltech.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário