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sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Em discurso, Barack Obama promete interromper espionagem, mas só de países “amigos”

Com a imagem desgastada depois das extensas denúncias de espionagens envolvendo a NSA, o presidente norte-americano Barack Obama anunciou, nesta sexta-feira, uma série de medidas que visa pôr um ponto final no assunto ou, ao menos, resgatar um pouco da confiança perdida pelos países que os Estados Unidos chamam de “aliados”.
Um dos compromissos assumidos por Obama em seu discurso é o de não recorrer mais a recursos de espionagem para saber qual a posição de governos amigos (sem especificar quais são eles) em relação a determinados assuntos. “Se eu quiser saber o que os nossos amigos e aliados pensam, vou ligar para eles”, disse.
O presidente revelou ainda medidas que serão implementadas nos próximos meses, como redução do armazenamento de dados referentes a ligações telefônicas (que o governo garante que são só “metadados”), mais clareza por parte das empresas de comunicação aos cidadãos quanto aos dados requisitados pelas autoridades e a designação de um diplomata para lidar especificamente com contestações de outros países.
De modo geral, as medidas diminuem os poderes da NSA e de outros departamentos de inteligência dos Estados Unidos, mas não a sua importância: Barack Obama explicou que haverá espionagem sempre que houver motivos consideráveis referentes à segurança do país, por exemplo.
Obama "espião"
O monitoramento de outros governos (isto é, daqueles que não são aliados) também continuará, “da mesma forma que outros países o fazem”, justificou Obama. Neste ponto, o líder norte-americano tratou de mostrar que seu governo não está com “o rabo entre as pernas”: “não vamos nos desculpar por nossa inteligência ser mais eficiente”, se referindo à espionagem já feita e, como se nota, a ser mantida.
É claro que o governo norte-americano sabe que as declarações de Obama não resolverão magicamente a desconfiança dos demais países, mas medidas precisavam ser anunciadas para evitar que os efeitos das denúncias de Edward Snowden se prolonguem.
Na prática, pode ser que tudo não passe de mera formalidade política: o governo dos Estados Unidos mostra interesse em manter boas relações com outras nações, mas, a despeito de seus esforços para isso, faz questão de deixar claro que ainda transpira poder.




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