Você pode não perceber – e nem mesmo saber que eles existem –, mas os cookies estão no seu navegador espionando você. Esses códigos invisíveis são usados pelas companhias para rastrear seus movimentos na rede e, a partir desse comportamento, mandar anúncios dedicados e reunir o que tem de mais valioso sobre você.
Mas se depender de grandes empresas de tecnologia, esses pequenos espiões podem estar com os dias contados e dar lugar a um novo tipo de estrutura. Segundo o Wall Street Journal, Microsoft, Google e Facebook estão desenvolvendo sistemas inteligentes que podem substituir os softwares de coleta de informações que mais de mil organizações colocam em sites da internet.
A medida não é só por uma questão econômica e de segurança. Além dos casos recentes de espionagem, a estratégia pode mudar o mercado de publicidade digital, que movimenta US$ 120 bilhões por ano. Com um mecanismo que impede a indústria de monitorar por conta própria dados relevantes dos internautas, será preciso que as companhias desenvolvam uma nova forma de trabalhar com campanhas online, por exemplo.
"Quem controlar o acesso a todos os dados pode cobrar por eles e terá uma enorme vantagem daqui adiante", diz Scott Meyer, presidente da Evidon, organização que ajuda empresas a controlar os cookies de seus sites.
Como funciona?
No caso da Microsoft, cada usuário dos sistemas operacionais Windows 8 e 8.1 terá um número de série que vai permitir que a gigante de Redmond rastreie todos os seus apps. A empresa também anunciou em seu blog, na semana passada, que algumas instituições poderão monitorar e enviar publicidade a usuários que possuem tablets e computadores equipados com o software. Especialistas acreditam que smartphones com Windows e consoles Xbox serão os próximos a adotar o sistema.
Além disso, a Microsoft pode vender os dados coletados sobre os usuários para direcionar publicidade altamente segmentada, dividindo o público por categorias como idade, gostos pessoais, interesses e esportes. A lógica já é usada pela Apple, que desde o início de 2013 oferece a anunciantes a capacidade de agrupar usuários por uma identificação específica em tablets e celulares.
O Google também deve adotar um mecanismo de número em série. A diferença é que, de acordo com especialistas da indústria, o rastreamento teria um alcance muito maior. O sistema poderia reunir dados sobre internautas que utilizam os produtos da empresa, como Gmail, Chrome e smartphones Android. Em um relatório que descreve o assunto, a companhia afirma que "melhorias tecnológicas, como um número de identificação, poderiam melhorar a segurança, ao mesmo tempo que garantiriam a viabilidade econômica da internet".
Já o Facebook tem um serviço de anúncios recente, lançado no começo de outubro. Ele faz monitoramento próprio para evitar os cookies tradicionais de propaganda de outras empresas.
Quando uma pessoa visita uma loja de sapatos no computador do escritório, por exemplo, a rede social gera um código para aquele site – um cookie do próprio Facebook – que reconhece automaticamente se a pessoa entra em sua conta no site pelo mesmo navegador usado para acessar a página da loja. A partir daí, o estabelecimento pode mandar um anúncio para o app do Facebook no celular do usuário, mesmo que ele nunca tenha se registrado no site da loja de sapatos.
"Onde quer que seu público esteja, seja no mundo real, no seu website ou em seu aplicativo móvel, você pode alcançá-lo no Facebook", diz Scott Shapiro, gerente de marketing de produtos da rede social.
Seja como for, gigantes da tecnologia disputam com empresas de marketing o mundo virtual para rastrear e gerar publicidade em cima do comportamento online dos usuários. Um fator que contribui para essa atitude, como destaca o jornal, é a rápida adoção dos aparelhos celulares, que hoje são utilizados como carteiras eletrônicas para comprar, fazer pagamentos e acessar serviços que antes eram disponíveis apenas nos computadores de mesa.
Fonte: http://canaltech.com.br
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