Ano passado, a Microsoft deu o primeiro passo rumo à integração entre o Windows e opções de hardware especialmente projetadas para seus softwares.
O Surface RT e o Surface Pro ganharam as manchetes, pois eram dois aparelhos com proposta distintas que estavam entrando no mercado para competir diretamente com o iPad.
Um ano se passou e, mesmo atacando a Apple incansavelmente, a Microsoft não teve muito sucesso. Agora, em uma tentativa de trazer mais competitividade ao jogo, a companhia lançou novos gadgets: o Surface 2 e o Surface Pro 2.
Os novos aparelhos são mais finos, leves, poderosos, capacitados e inteligentes, mas a batalha não vai ser fácil para a Microsoft. Conforme as previsões publicadas pelo Digitimes, pode ser que essas ações não sejam suficientes para levantar as vendas. Por quê? Isso e muito mais é o que vamos comentar neste artigo.
Uma aposta tardia
A Microsoft tem longa experiência em gadgets portáteis. Sua aposta em celulares começou no ano 2000 com o sistema Windows Mobile. Acontece que a empresa não evoluiu com o tempo, acabou perdendo mercado e foi ultrapassada pelas concorrentes.
(Fonte da imagem: Reprodução/Microsoft)
O Surface chegou dois anos depois do iPad e do Galaxy Tab, o que complicou tudo para a Microsoft. Combater dois sistemas bem estabelecidos (e que têm uma grande base de usuários) no mercado e sem ter novos atrativos é muito difícil. Aparentemente, não bastou simplesmente dizer que é Windows, pois as pessoas sabiam que esses gadgets não eram PCs.
Por chegar tarde, a MS parece ter pensado em recuperar possíveis lucros perdidos jogando o preço lá em cima, mas isso apenas complicou as vendas. Vale lembrar ainda que as especificações razoáveis não convenceram os consumidores — e não diga que isso não muda nada, pois todos querem o melhor hardware possível.
Windows RT: uma causa perdida
Quando tratamos de pioneirismo, a Microsoft nem sempre está entre as empresas mais notáveis, mas certamente ela tem capacidade para entrar em um mercado e competir tranquilamente com outras grandes marcas (Xbox está aí para provar).Todavia, no caso da briga no mercado de tablets, a companhia talvez tenha dado uma grande mancada. Diferente de suas concorrentes — o iOS tem certo parentesco com o OS X, mas são coisas distintas —, a MS quis apostar em um sistema de desktop para tablets, o que possivelmente prejudicou a popularização de seus equipamentos.
(Fonte da imagem: Reprodução/Microsoft)
E a aposta para o novo Surface RT não é das melhores. A maioria dos analistas pensa que, com o prejuízo gerado (algo próximo de US$ 900 milhões) pelos tantos produtos que ficaram em estoque e com tantos desenvolvedores pulando fora do Windows RT, o sistema tem cada vez menos chances de sobreviver.
Conforme nota o site BGR, o lançamento do Surface RT é um grande passo, pois é um tablet que atende aos principais desejos dos consumidores que experimentaram o primeiro modelo. Acontece que poucas pessoas adquiriram o gadget lançado no ano passado, o que leva a crer que esta pode ser uma jogada pouco inteligente.
E o Surface Pro?
Enquanto o Surface RT sofre com a falta de uma proposta bem definida, o Surface Pro tem diversas vantagens que podem mantê-lo vivo. Primeiro, devemos notar que ele conta com um hardware bem preparado para diversos apps, o que pode torná-lo quase tão útil quanto um computador comum. Todavia, essa não é a característica mais notável do produto.
(Fonte da imagem: Reprodução/Microsoft)
Claro, essa vantagem não quer dizer que ele vai ser um estrondo de vendas, afinal o antecessor não teve muito sucesso, o que pode indicar que o mercado não quer ter o poderio de um computador nas mãos ou que simplesmente as pessoas realmente buscavam a integração entre o smartphone e o tablet.
Será que um Surface mini seria a salvação?
Em meio ao fracasso da Microsoft, uma onda de rumores vem sugerindo que a empresa lançará o Surface mini. De acordo com as informações do ZDNet, a versão menor do gadget teria uma tela de 7,5 polegadas e seria lançada no outono (primavera nos EUA) de 2014 com uma atualização posterior à do Windows 8.1.
(Fonte da imagem: Reprodução/Windows Blog Italia)
A grande questão a se levantar é: será que vale a pena apostar em uma versão menor de um produto que não vende? Ao que parece, a Microsoft não quer se dar por vencida e dizer que todo seu esforço foi em vão — o que ela já provou ao lançar os novos Surfaces.
Talvez, insistir em uma versão reduzida de seu gadget evitaria a abertura de precedentes para que todas as rivais falassem sobre sua incompetência em criar hardware de qualidade. No entanto, isso também poderia levar a Microsoft a ter mais prejuízos (ela até tem dinheiro para se arriscar desse jeito, mas talvez essa jogada não seja tão inteligente).
Um tablet Nokia poderia resolver o problema
Sinceramente, eu considero que a entrada da MS no território dos tablets foi tardia e muito errada. A questão do tempo não há como corrigir, mas, em minha opinião, a melhor solução agora seria aproveitar toda a bagagem da Nokia (e os possíveis protótipos que já foram projetados) e lançar um tablet que siga a linha do Windows Phone 8.
(Fonte da imagem: Reprodução/genk)
Seja como for, alguma medida deve ser tomada, pois continuar investindo em melhoria de hardware e alguns recursos não muito atraentes não vai levar a companhia para frente. O que você acha do Surface? Acredita que a Microsoft tem chance de se salvar neste mercado?
Fonte: http://www.tecmundo.com.br/
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