Comprar um smartphone atualmente é algo bem ingrato, para dizer o mínimo. Das duas, uma: ou compramos o modelo mais top de linha do momento e ficamos felizes por alguns meses até o lançamento de outro modelo ainda mais top de linha, ou compramos um modelo intermediário ou de entrada e depois percebemos que o fabricante não tem nenhum interesse em atualizá-lo para versões mais recentes do sistema operacional, por exemplo. Atualmente, aquela história de "vou comprar um modelo que dure vários anos" não cola mais, já que os fabricantes possuem departamentos de marketing especializados em fazer você se sentir mal com o seu aparelho atual.
Mas sejamos sinceros: você precisa mesmo de um novo smartphone? A menos que você seja dono de uma gorda conta bancária, comprar smartphones atualmente é algo que deve ser bem pensado, tendo em vista os valores cobrados por aqui. Uma coisa é certa: não importa qual seja o modelo, ele será esquecido pelo fabricante depois de algum tempo. Isso é capitalismo simples e puro, já que a empresa não tem mais interesse em continuar investindo recursos sem retorno em vista.
Pensando em tudo isso, criamos uma lista com alguns pontos que devem ser levados em consideração na hora de adquirir um modelo novo. Confira!
1. Você precisa mesmo trocar de aparelho?
Tem hora que não há solução. Alguns modelos, especialmente Androids de baixo custo, ficam tão insuportavelmente lentos que usá-los é contraprodutivo. Muitas vezes, porém, racionalizamos a necessidade de comprar um novo por necessidade quando na verdade é consumismo, o que é compreensível devido à velocidade com que eles evoluem e apresentam novos recursos, além de trazer versões mais avançadas do sistema operacional (em especial no caso do Android).
De qualquer forma, é importante analisarmos se nosso modelo atual realmente não está mais dando conta. Por exemplo, o Galaxy S2 da Samsung ainda tem potência de sobra para muita coisa, de forma que essencialmente não há necessidade de trocá-lo (limpá-lo e otimizá-lo já fazem um excelente trabalho. Confira nosso guia com 5 dicas para aumentar a velocidade de seu smartphone Android). Um divisor de águas importante é a duração da bateria. Se seu smartphone já "não é mais como antes" e mal consegue segurar algumas horas fora da tomada, é melhor começar a pesquisar.
2. Qual é a versão atual de seu smartphone?
O Android e o iOS são as plataformas mais utilizadas e sofisticadas do momento, mas conforme o tempo passa as versões do sistema operacional vão estacionando rapidamente. A Apple costuma dar uma sobrevida maior aos modelos antigos do iPhone, mas eles não trazem todos os recursos da mesma versão do iOS para os iPhones mais novos (coloque o iPhone 4 e o iPhone 5 lado a lado, ambos com o iOS 6, e confira o que estamos dizendo). No caso do Android o problema é crítico (a tão odiada fragmentação da plataforma), e mesmos modelos mais avançados não trazem a última versão.
Esse é um ponto que os lanterninhas Windows Phone 8 e Blackberry 10 não sofrem com tanta intensidade. Como são poucos aparelhos, é fácil para o fabricante atualizá-los, algo que a Samsung não é capaz por aparentemente estar comprometida a lançar novos smartphones o tempo todo. Uma dica que vale para todas as plataformas é a seguinte: veja quais são as mudanças de uma versão para outra antes de trocar. Por exemplo, não faz muito sentido trocar de um modelo com Android 4.1 para outro com o 4.2 pois as mudanças são muito pequenas, mas se você possui um modelo com o Android 2.2 ou 2.3 a história já é outra.
No caso da Apple temos o iPhone 3GS, que de iOS 6 só tem o nome na área de notificação. Se a diferença de um SO para outro for muito grande a mudança vale a pena, pois as versões mais novas não são somente em relação à aparência e performance, mas também de experiência de uso com alguns recursos que depois de poucos dias não conseguimos mais viver sem.
3. Pretende mudar de plataforma?
Quem quer mudar de plataforma não tem muita escolha senão comprar um aparelho novo. Cada umas das plataformas principais possui um conjunto de diferenciais interessantes e diferentes experiências de uso, então é importante experimentar um aparelho com o sistema operacional que pretende comprar para não correr o risco de não gostar e acabar ficando com um aparelho encostado no fundo da gaveta. Se puder ir a uma loja e experimentar um aparelho, melhor ainda para conferir como ele funciona, quais aplicativos há na loja e, principalmente, se você se identifica com ele.
Se isso não for possível, leia sobre a nova plataforma e na hora de comprar não chute alto. Não é necessário comprar um iPhone 5 para experimentar o iOS nem um Galaxy S4 para ver como o Android funciona e assim por diante. Se já conhece e gosta do sistema operacional, vale a pena comprar um modelo mais high end pois você já sabe o que esperar e assim não corre o risco de investir quase R$ 2000 em um modelo que depois de algumas semanas, você vai acabar vendendo com um grande prejuízo.
4. Não se apegue tanto à ficha técnica, mas sim nos extras
Processador quad-core, 2 GB de memória RAM, GPU Adre...espera. Esse é o jeito errado de olhar para as coisas, pois não se pode analisar a ficha técnica de um smartphone e fazer conjecturas sobre o quão legal ele será. Não existe uma tabela de conversão para isso. Ao escolher entre um modelo ou outro em uma faixa de preços, o que há por baixo do capô não é tão importante. Poucos anos atrás as especificações eram importantes para saber se um modelo era rápido ou não, mas atualmente são poucos os modelos que não dão conta do recado.
Por exemplo, não compre um Nexus 4 pelo processador quad-core e 2 GB de memória RAM. Compre-o por ser um Nexus (atualizações rápidas do Android), pela tela IPS de 4,7 polegadas e boa pegada na mão, pois isso é que irá determinar se você vai gostar dele ou não. Fabricar um smartphone rápido é muito fácil. O difícil e o que diferencia uma marca da outra é a capacidade de cativar o consumidor com um produto que faça parte do dia a dia e ofereça uma excelente experiência de uso.
5. Não pague por recursos que não vai usar
Alguns recursos, como 3G, WiFi e tela sensível ao toque são praticamente commodities e itens obrigatórios em qualquer smartphone que queira ser competitivo. Muitos fabricantes incluem recursos extras em seus smartphones para diferenciá-los da maioria. Isso inclui NFC, 4G, carregamento sem fios ou mesmo alguns recursos exclusivos, como é o caso do Air View do Galaxy S4, que para alguns pode ter muita utilidade, mas para a grande maioria será utilizado apenas nas primeiras semanas – isso, sendo muito otimista.
Por exemplo, existe muito glamour por trás do 4G e muitos fabricantes utilizam isso como principal argumento de venda de alguns modelos. Escolher entre um e outro pelo suporte ao 4G ainda é bem precipitado. Sério, 4G no Brasil? Talvez daqui uns 4, 5 anos, mas hoje é apenas um nome bonito para um plano (algumas vezes mais) caro que é tão bom quanto o 3G internacional (quando funciona, claro).
Conclusão
As dicas que demos podem ajudar, mas quem sabe a hora de trocar o smartphone é somente você, usuário! Como dissemos, os pontos que levantamos não fazem muita diferença para quem pode trocar de smartphone a cada 3 meses, mas para a maioria dos mortais um modelo novo é um investimento que vai fazer alguma diferença na conta do banco. Nessa conclusão, é importante frisarmos que nenhum modelo irá durar para sempre. Quer dizer, não adianta esperar um iPhone 5S ou um Galaxy S5 sair e achar que ele irá durar vários anos.
Os fabricantes precisam agradar seus acionistas e a única forma de fazer isso é vendendo mais aparelhos, então, saiba que seu telefone já nasce com data certa para morrer.
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