Durante um encontro com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, o presidente do Google Brasil, Fabio Coelho, manifestou seu apoio à aprovação do Marco Civil da Internet. Porém, um dos pontos do texto gerou certo desconforto entre as partes: o novo capítulo que determina que os dados dos brasileiros na internet sejam armazenados em servidores no território nacional. O Google não está muito empolgado com a ideia de instalar um novo data center no Brasil para atender esse artigo do Marco Civil.
O gigante da web alega que não se trata apenas de uma questão financeira, mas, principalmente, da arquitetura da rede. O ministro das Comunicações argumentou dizendo que a empresa poderia aproveitar algumas das tecnologias que possui para levar internet para a Região Amazônica.
"Eles têm balões que podem prover internet na Amazônia. Tanto com balões fixos, como com os que voam a mais de 30 quilômetros de altitude. Eles sugeriram que eu visite a empresa nos Estados Unidos para dizer isso pessoalmente a seus chefes", disse Bernardo, conforme informações da Agência Brasil. O ministro deve realizar a viagem no segundo semestre deste ano.
Votação do Marco Civil
A aprovação do texto que regulamenta os direitos e deveres na rede está se arrastando há muito tempo, mas a divulgação do caso de espionagem do governo norte-americano e sua possível relação com dados brasileiros fez com que o governo estudasse a possibilidade de pedir urgência na tramitação do Marco Civil.
"A situação mudou, e há melhores condições para a votação. Por isso, sugerimos à Casa Civil e à Secretaria de Relações Institucionais que o governo peça urgência constitucional ao projeto. Se for acatado, mandaremos uma mensagem e, então, se estabelecerá o prazo de 45 dias para a votação em cada uma das casas", explicou o ministro Paulo Bernardo em relação às mudanças no texto do projeto.
A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net) também se manifestou contra a mudança no texto, pois ela acredita que a proposta de armazenamento de dados dos usuários brasileiros no país pode trazer restrições para o futuro do modelo de crescimento e neutralidade da indústria de internet no Brasil.
Já Demi Getschko, diretor-presidente do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e Conselheiro do Comitê Gestor da Internet (CGI.br), considerado um dos pioneiros da Internet no Brasil, acredita que qualquer tipo de mudança no texto do Marco Civil motivada pela pressão pela aprovação do documento após as denúncias do caso PRISM não seria "adequada nem aconselhável".
Fonte: http://canaltech.com.br/
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