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quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Skype pode não ser tão privado quanto você imagina

Testes feitos por site norte-americano apontaram que sistemas da Microsoft acessam algumas das mensagens criptografadas.


O Skype pode não ser tão privado quanto você imagina


Quando você escolhe utilizar algum mensageiro, além da praticidade e das suas ferramentas, com certeza também leva em conta a confiabilidade do serviço e a privacidade das suas informações.
Atualmente, o Skype é um dos serviços do gênero mais populares do planeta. Adquirido recentemente pela Microsoft, ele é utilizado em PCs, notebooks e smartphones, contando com uma base de usuários gigantesca.
Mas toda essa galera pode mesmo confiar as suas informações e conversas privadas ao mensageiro? Foi isso o que o site norte-americano Ars Technica resolveu botar à prova. E os resultados, como você poderá ver, são um pouco diferentes do esperado.


Acessando os seus links

Para testar a privacidade do serviço, a página contou com a ajuda do pesquisador de segurança independente Ashkan Soltani. Assim, o site enviou para ele, por meio do Skype, é claro, quatro links criados somente para isso.
E eis a surpresa: dois endereços passaram intactos, contudo outros dois foram acessados por endereços HTTP e HTTPS. O IP, 65.52.100.214, era proveniente de um endereço pertencente a ninguém menos do que a Microsoft.
O Skype pode não ser tão privado quanto você imaginaSkype pode acessar as suas mensagens privadas (Fonte da imagem: Reprodução/Venture Beat)
O teste, teoricamente bastante simples, é capaz de provar algumas situações importantes, principalmente o fato de que a companhia tem sim a habilidade (e a liberdade) de acessar as informações que, teoricamente, deveriam ser exclusivamente vistas pelos pontos que estão se comunicando.


Seguindo os termos de uso

Apesar de ser um tanto desconfortável saber disso, os termos de uso do Skype já avisam de antemão que “o escaneamento automático de mensagens e SMS pode ser utilizado”. Segundo a Microsoft, isso é feito para evitar spams e a propagação de vírus por meio do serviço.
O Ars Technica entrou em contato com uma pessoa dentro da Microsoft, que teria respondido citando exatamente esse trecho dos termos de uso. Além disso, eles lembraram também que a companhia pode “guardar as informações do Adquirente durante o tempo que for necessário para: (1) cumprir qualquer um dos Objectivos (tal como estabelecido no Artigo 2.º da presente Política de Privacidade) ou (2) cumprir a legislação aplicável, quaisquer pedidos judiciais e as ordens relevantes de tribunais competentes”.
O Skype pode não ser tão privado quanto você imaginaPolíticas de privacidade do Skype (Fonte da imagem: Reprodução/Skype)
Contudo, como bem lembra o VentureBeat, mesmo que os links tenham sido acessado por bots, para que esses robôs possam trabalhar, eles precisam dos endereços totalmente descriptados – e com os códigos de segurança quebrados.
Ou seja, essas mensagens têm a sua encriptação totalmente eliminada, algo que permite não só aos bots de monitoramento como também aos seres humanos que tiverem contato com o texto a entender tudo o que é enviado por meio do mensageiro.
Dessa forma, acaba havendo certo desequilíbrio entre o que as pessoas entendem – e esperam ter – como privacidade e o que a Microsoft e o seu serviço de comunicação entregam, de fato, aos seus clientes.
Com isso, mesmo que o Skype trabalhe com o sistema de encriptação 256-bit AES, a segurança pode até estar garantida, porém a privacidade entre os que trocam as suas mensagens no comunicador pode estar bem comprometida.


É comum

Se o problema parece ser um tanto perturbador, o fato é que esse tipo de comportamento por parte das empresas que disponibilizam tais serviços já é algo comum no mundo da internet. As políticas de privacidade do Facebook, por exemplo, seguem uma linha bastante semelhante.
Segundo as companhias, tudo isso é feito para manter os serviços mais seguros e funcionais para nós mesmos. Seria algo como “eu sei o que é bom para você”, um comportamento típico dos nossos pais quando éramos crianças. E você, concorda com esse monitoramento das mensagens?


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