O Tudo Pra Seu PC [ Informática ] comparou as estratégias de ambas as empresas e explica o porque.
Se a briga entre os consoles da nova geração fosse uma campeonato de futebol, poderia ser dito que a Sony saiu vencedora da grande final com uma goleada sobre a arquirrival Microsoft no placar agregado das duas partidas: o evento de apresentação e a conferência na E3.
A disputa não começou nas conferências desta segunda-feira, 10. Começou em fevereiro, quando finalmente a Sony pôs um fim nas especulações de que estaria iniciando sua próxima geração de consoles. Logo de cara, mostrou o que o seu público-alvo queria saber: os jogos da nova plataforma.
Comparando com o evento de anúncio do Xbox One, a Sony venceu a primeira etapa de lavada. Em maio, a Microsoft decidiu mostrar só os serviços que seu console iria oferecer, como o recurso de TV ao vivo, provocando a ira dos gamers que queriam algo nos moldes da apresentação da Sony, com jogos. Por mais que os games tivessem sido prometidos para a E3, a Microsoft deu o pontapé inicial já queimada.
E foi só nesta segunda que a partida teve fim. O duelo começou com uma Microsoft aguerrida, mostrando os jogos que deverão dar o fôlego inicial de vendas para o Xbox One, que chegou a quase igualar o marcador contra o PS4, após uma conferência muito boa na E3.
Mas sobravam dois problemas: o preço do console, anunciado a US$ 500 (depois confirmado como R$ 2,2 mil no Brasil), e todas as restrições que a Microsoft impôs aos jogadores, com limites para a troca e revenda de jogos e a necessidade de conexão à internet.
E foi assim que a Sony ganhou a conferência. Não pelos jogos, que em grande parte já haviam sido mostrados em fevereiro, mas por apresentar um console mais barato, sem qualquer tipo de limitação aos usuários. A cada frase soltada por Jack Tretton, CEO da Sony Computer Entertainment, na reta final da conferência, que eram agulhadas diretas na estratégia da rival Microsoft, a plateia ia ao delírio exatamente como se gols fossem marcados.
Com um console mais barato, com potência igual ou superior, e com liberdade do usuário, a Sony sai vencedora do evento e candidata a dominar toda a geração de consoles, caso nada mude.
No final, a piadinha que tomou a internet acaba se confirmando: Playstation 4 (liberdade, jogos exclusivos, offline e foco nos gamers) x Xbox 1 (jogos exclusivos).
E agora, Microsoft?Existe uma brincadeira na internet que fala sobre uma tal “maldição do terceiro console”, na qual as empresas sempre passam por maus bocados após o lançamento de sua terceira plataforma para jogos. Isso aconteceu com a Sega, que penou com o Saturn, com a Nintendo, que perdeu o domínio do mercado com o lançamento do Nintendo 64, e com a Sony, que teve grandes dificuldades no início da geração PS3. Normalmente, isso acontece por decisões estratégicas equivocadas e parece estar acontecendo com a Microsoft, que está lançando o seu terceiro console neste ano.
A empresa precisa reformular urgentemente suas estratégias para seguir relevante nesta geração. Os golpes que a Sony deu durante a E3 são suficientes para encerrar prematuramente a vida útil do Xbox One, caso a Microsoft não reveja seus planos.
A primeira possibilidade seria o corte de preço do Xbox One. Ele está sendo comercializado em apenas um pacote, com o Kinect incluso no preço final de US$ 500 (R$ 2,2 mil no Brasil). A venda de um modelo sem o Kinect certamente reduziria o preço e o colocaria de volta na briga com o PS4. O sensor de movimentos da Microsoft tem muitas questões de privacidade e não parece agradar os gamers mais hardcore, que provavelmente não sentiriam muita falta da câmera para começar.
A segunda é a revisão do acesso obrigatório à internet para que o console possa rodar os jogos. Atualmente, a Microsoft confirmou que o One precisará se conectar uma vez à internet por dia para que continue rodando jogos, o que é a principal crítica à plataforma, que não confia no jogador e restringe muito a utilização do console, que não poderá ser levado para um lugar sem internet, por exemplo.
A boa notícia é que a Microsoft já confirmou que está de olho no feedback dos gamers e fãs do Xbox para seus novos serviços e que recursos podem ser adicionados ou removidos caso haja rejeição por parte dos usuários. Resta saber se ela está disposta a rever estas políticas, que estão tornando o console altamente antipopular neste momento.
A remoção das ferramentas institucionalizadas para restrição de troca e revenda de jogos certamente dará um fôlego extra para Xbox One, que poderia passar essa responsabilidade para as desenvolvedoras, do mesmo modo como acontece hoje no 360 e PS3.
A impressão que fica é que a Microsoft esperava que a Sony seguisse seu caminho e oferecesse ferramentas para os desenvolvedores bloquearem os jogos usados se preferissem, mas acabou sendo surpreendida pelo anúncio de uma plataforma mais aberta. E pode precisar correr atrás.
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