A Microsoft anunciou hoje Satya Nadella como novo CEO da empresa após um processo que durou quase 5 meses. A escolha dá crédito às últimas especulações que apontavam o executivo responsável pela área de Serviços na Nuvem e Software Corporativo como o principal candidato à vaga para a qual até o CEO da Ford, Allan Mullay, foi cogitado. Os outro dois nomes fortes internos, Tony Bates e Stephen Elop, aparentemente apresentavam mais resistências.
A primeira impressão que fica é a que a opção pelo indiano se baseou no conservadorismo do Conselho (quem comandou o processo), pois o executivo está na empresa há 22 anos e segue a cartilha deixada por Bill Gates e Steve Balmer. Não se espera portanto, grandes revoluções de alguém que está há tanto tempo envolvido com a empresa e acostumado com sua cultura no dia a dia.
Quando um gigante da área de tecnologia se encontra com o dilema de escolher um novo líder, é comum surgirem três cenários:
1 - A possível volta do principal sócio fundador, neste caso Bill Gates, buscando resgatar as origens perdidas e restabelecer as bases para o crescimento. Mas a situação da Microsoft não é tão crítica o bastante nem mesmo se percebe a perda do alinhamento da empresa em relação à cultura e ao modo de fazer negócios da “Microsoft original“.
Quando um gigante da área de tecnologia se encontra com o dilema de escolher um novo líder, é comum surgirem três cenários:
1 - A possível volta do principal sócio fundador, neste caso Bill Gates, buscando resgatar as origens perdidas e restabelecer as bases para o crescimento. Mas a situação da Microsoft não é tão crítica o bastante nem mesmo se percebe a perda do alinhamento da empresa em relação à cultura e ao modo de fazer negócios da “Microsoft original“.
2 - A busca por uma pessoa com a experiência necessária para transformar o negócio através de uma revolução e prepará-lo para o mercado transformado e desafiador. A Microsoft está com dificuldades de se posicionar nos dispositivos móveis (celulares e tablets), ainda está engatinhando em serviços na Nuvem (Azure) e sofre concorrência de empresas com um modelo de negócios bem diferente da venda de software (Google e Facebook oferecem serviços gratuitos e ganham dinheiro com propaganda segmentada).
3 - A opção que foi escolhida pela Microsoft: promover alguém do quadro de executivos que se mostre completamente alinhado com o pensamento e cultura da empresa, mas que ao mesmo tempo demonstre capacidade de fazer algo um pouco diferente de seu antecessor. Neste caso, Satya Nadella foi escolhido por ter experiência e atuar em duas áreas-chave para o negócio atual da Microsoft: Negócios Corporativos e Serviços na Nuvem.
Será a mudança suficiente para fazer esta gigante da tecnologia ganhar espaço no mundo dos dispositivos móveis e nas soluções para a “Internet das Coisas“?
Acredito que não. Mesmo sendo jovem, Nadella está há muito tempo na empresa para conseguir pensar de uma maneira diferente e ter uma visão distinta para o modelo de negócios que pode trazer sucesso. Além disso, estará subordinado a um Conselho que também tem mentalidade antiga, ou, se preferir, original, onde estarão Bill Gates (mesmo não sendo mais o chairman) e Steve Ballmer. Ainda vai ter em seu staff os “derrotados“ no processo de escolha para CEO, Elop e Bates.
A Microsoft segue muito bem financeiramente, tem atributos e diferenciais que garantem a manutenção desta saúde aos negócios e o bom pagamento de dividendos por um bom tempo, principalmente com os seus produtos campeões. Por isso, não quis arriscar na escolha de um CEO mais arrojado ou talvez simplesmente não tenha encontrado a pessoa certa.
Creio que não veremos revolução, mas evolução com base na história e na fortaleza da empresa. Não prevejo mudanças radicais no modelo de negócios nem na cultura, o que dificultará conquistas em áreas que estão bombando no mercado e que já possuem líderes estabelecidos e agressivos. Também acho que a capacidade da Microsoft em identificar e se antecipar à próxima grande onda do mercado tecnológico possa ficar comprometida com uma abordagem tão tradicional.
Torço, entretanto, para que a gestão de Nadella não seja tão morna assim porque quanto mais players inovadores criarem modelos de negócios e soluções tecnológicas disruptivas, melhor para o mercado e principalmente para nós, usuários e consumidores.
[ Fonte: http://olhardigital.uol.com.br ]
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