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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Cientistas trabalham em tecnologia para produzir HDs que duram um milhão de anos

A indústria vem trabalhando freneticamente para aumentar a capacidade de armazenamento dos discos rígidos, por outro lado, parece não dar tanta importância para a extensão da vida útil destes dispositivos. Mas uma pesquisa da Universidade de Twente, na Holanda, poderá mudar radicalmente este cenário ao propor uma tecnologia capaz de fazer discos magnéticos durarem um milhão de anos.
Atualmente, os HDs têm vida útil estimada em uma década. Isso não significa que, quando este período for completado, seu disco rígido simplesmente “morrerá”. Na prática, este cálculo sugere que você deve confiar cada vez menos no dispositivo à medida que seu tempo de uso aumenta, o que é um tanto quanto óbvio. Não são raros os casos em que a unidade não chega a dez anos, inclusive.
Uma média de uma década não chega a ser problema porque, muito provavelmente, o usuário já terá trocado de HD ou de computador várias vezes ao longo deste período, sem contar o advento da computação nas nuvens que diminui a necessidade de armazenamento offline.
HD
No entanto, discos magnéticos com tempo de vida útil bastante longo podem ser usados por bibliotecas, departamentos de preservação histórica ou centros de pesquisa para manter informações da atual civilização. Você pode ter uma noção da importância disso ao imaginar a reação que seus descendentes teriam ao encontrar fotos, vídeos ou documentos seus daqui a 400 ou 500 anos, por exemplo.
Mas como ter certeza de que uma unidade de armazenamento pode durar um milhão de anos, quem sabe, mais? Certeza mesmo não há, mas com base em uma série de cálculos relacionados a teorias de envelhecimento, os cientistas concluíram que, se um disco resistir durante uma hora à temperatura de 445 kelvin, tem grandes chances de durar todos estes anos.
Nos testes, os pesquisadores utilizaram um disco com uma camada de tungstênio, uma vez que este metal pode suportar altíssimas temperaturas (necessita de 3.422 graus Celsius para se fundir) e possui baixo coeficiente de expansão térmica. Como camada protetora, aplicaram nitreto de silício, que também apresenta baixo coeficiente de expansão térmica, além de maior resistência a rompimentos.
Já no registro dos dados, os cientistas utilizaram um método de gravação que remete às formas dos QR Codes, mas em linhas com 100 nanômetros de largura. Os resultados agradaram. O dispositivo conseguiu suportar até 848 kelvin, embora tenha apresentado significativa perda de dados ao atingir esta última temperatura.
Veja, a ideia não é fazer HDs durarem efetivamente um milhão de anos, até porque há uma série de fatores não considerados nos testes que influenciam neste aspecto, mas sim desenvolver dispositivos de armazenamento com níveis de confiabilidade suficientes para permitir a recuperação dos dados para pelo menos daqui a algumas poucas centenas de décadas.
Pena que ninguém aqui poderá saber, na prática, se os cientistas acertaram na fórmula.

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