Embora o Android represente hoje quase 80% do mercado de sistemas operacionais mobile, a parte mais considerável dessa parcela se deve ao sucesso da infinidade de smartphones disponíveis para os consumidores. No segmento de tablets, embora venha perdendo fôlego, a Apple ainda é a líder do setor com sua linha de iPads.
Essa situação tem mudado nos últimos tempos. Com lançamentos de peso em termos de hardware, os tablets com Android são hoje uma alternativa viável para quem busca um aparelho do gênero. Por parte da Google, o lançamento da linha Nexus, há pouco mais de um ano, teve um papel fundamental nesse crescimento.
Ao menos no mercado norte-americano, a linha Nexus tornou possível para os consumidores a compra de um tablet de qualidade por menos de US$ 200 (o primeiro Nexus 7 foi lançado por US$ 199 nos EUA). Entretanto, faltava ainda uma biblioteca mais apurada de aplicativos feitos sob medida para os aparelhos com tela maior, algo que vem sendo trabalhado com muita atenção pela empresa ao longo dos últimos 12 meses.
Infelizmente, o mercado brasileiro ficou um pouco à margem desse crescimento, em especial por dois motivos. O primeiro deles foi o atraso na chegada do aparelho por aqui, oito meses depois. Já o segundo, e talvez mais determinante, foi o preço, já que os US$ 199 se transformaram em R$ 999, um valor ainda acessível pelas suas características, mas totalmente fora da proposta para os nossos padrões.
A chegada da versão 2013 do Nexus 7 mostra que a Google pretende ampliar os seus esforços para buscar a liderança que falta no mercado mobile. Conferimos de perto todas as novidades do novo aparelho que leva a assinatura da gigante das buscas e o resultado é o que você confere agora.
Testes de desempenho
Em nossos testes de benchmark, utilizamos os aplicativos AnTuTu e Vellamo Benchmark Mobile para mensurar o desempenho da versão 2013 do Nexus 7. No AnTutu ele alcançou a marca de 19.101 pontos, praticamente 7 mil pontos a mais em relação à versão lançada no ano passado e um pouco acima dos números conseguidos pelo Galaxy Note 8.0.
Já no Vellamo Benchmark Mobile mensuramos o desempenho em duas modalidades: HTML5 e Meatl. Na primeira o desempenho foi de 1.655 pontos, e na segunda o aparelho atingiu a marca de 736 pontos. Os números colocam o modelo entre os melhores tablets com Android já avaliados pelo Tecmundo.
Aprovado
Mais leve, mais fino e mais estreito
“Mais leve e mais fino”. Certamente você já leu essa descrição com relação a diversos aparelhos de atualização de linha. É uma tendência natural da evolução tecnológica tornar possível apresentar um produto de melhor qualidade em uma carcaça mais leve e mais fina. No caso da versão 2013 do Nexus 7 não é diferente.
A empresa conseguiu reduzir 50 gramas de peso e cerca de 2 milímetros de espessura, um feito considerável. Porém, a maior novidade está na largura do aparelho. Mantendo a tela de 7 polegadas, as laterais foram reduzidas em 3 milímetros de cada lado, totalizando 6 milímetros a menos.
Essas “pequenas” modificações são suficientes para dar ao aparelho uma característica muito agradável, que é o fato de ser possível segurá-lo e utilizá-lo, de maneira básica, com apenas uma das mãos. Obviamente, esse não é um uso natural do produto, mas, caso você queira, saiba que é confortável executar algumas tarefas dessa forma.
Se as laterais foram estreitadas, as partes superior e inferior do produto tiveram as bordas mantidas, o que pode causar um certo estranhamento estético à primeira vista. No uso vertical (modo leitura), note que é possível deixar o seu polegar na borda de baixo do produto sem ativar nenhuma funcionalidade.
A explicação para que esse espaço seja mantido está no uso vertical do aparelho (modo game). Ao jogar um game de corrida ou FPS, por exemplo, as bordas são fundamentais para que você tenha mais firmeza na hora de segurar o aparelho, evitando toques acidentais na tela com a parte da mão que fica logo abaixo do polegar.
O material de construção da parte traseira do produto, em policarbonato com um acabamento levemente emborrachado, foi mantido. Entretanto, no lugar de uma série de pequenos poros vemos uma superfície lisa, que dá mais destaque para a logo do Nexus, agora vista na parte central do produto.
Tela perfeita para leitura, vídeos e jogos
Se você tem um tablet, seja ele qual for, certamente com o tempo deve ter percebido que uma das características mais importantes dele é a tela. Sim, outros recursos também são importantes, mas é na resposta aos toques e na qualidade daquilo que você vê que reside aquele índice de satisfação imediato que você atribui ao aparelho.
Nesse quesito, o Nexus 7 é sem dúvida o melhor tablet com Android disponível no mercado. A resolução de 1920x1200 pixels com IPS resulta em uma densidade de pixels de 323 ppi. Na prática esses números se traduzem em uma imagem de qualidade tanto para jogos em HD quanto para a exibição de filmes, séries e vídeos.
Para quem utiliza o aparelho predominantemente para leitura de livros e revistas ou navegação na internet os controles de brilho e o contraste de cores permitem que você tenha acesso a configurações precisas sobre a intensidade da imagem que você vê. Dessa forma, a leitura se torna mais agradável, mesmo em publicações que explorem menos os recursos visuais das versões digitais.
Android puro em sua melhor forma
TouchWiz e Sense são duas interfaces interessantes e que, de fato, acrescentam recursos ao Android dentro de suas propostas. Entretanto, nenhuma interface ainda conseguiu se mostrar melhor do que o Android original, presente apenas nos produtos da linha Nexus. Na versão 2013 do Nexus 7 não é diferente.
Mais uma vez, a integração entre hardware e software se mostra perfeita, com um desempenho fluido e sem travamentos. A transição entre apps e a execução de jogos, mesmo aqueles que requerem um maior potencial gráfico, fluem de forma natural. O processador dá conta do recado para praticamente qualquer tarefa e a GPU acompanha esse ritmo.
A versão 4.3 do Android melhora ainda mais essa experiência de uso, trazendo opções aperfeiçoadas para múltiplas contas de usuário e compatibilidade gráfica com a API OpenGL ES 3.0. Não se trata de inovações, que fique bem claro, mas sim de melhorias de sistema que tornam a sua usabilidade ainda mais agradável.
Câmera
A primeira versão do Nexus não tinha uma câmera traseira, ponto que embora seja menos relevante em se tratando de um tablet foi apontado por muitos consumidores como um corte desnecessário no produto. Para esta segunda versão, a Google corrigiu o problema, incluindo uma câmera de 5 megapixels na parte traseira, além da câmera frontal de 1,2 megapixel.
O resultado das imagens capturadas com ela não é dos melhores, mas é satisfatório dentro de sua proposta. É possível fotografar momentos do dia a dia, mesmo em condições adversas de luminosidade, sem ficar preocupado se depois a foto vai ficar aceitável quando você for transferi-la para o PC.
Bateria
A bateria do Nexus 7 teve um ganho significativo para essa geração. Parte disso é mérito do Android 4.3, que possui um sistema de gerenciamento de sistema que proporciona um gasto menor de energia. Em nossos testes, utilizando o aparelho em modo mais acentuado, com vídeos em Full HD sendo executados, foram necessárias pouco mais de 6 horas para drenar a bateria.
Já para utilização normal no dia a dia, com navegação na web, uso de aplicativos e funções básicas, o tempo de bateria chegou a 11 horas, duração excelente dentro da sua categoria. Ao menos nesse quesito, o tablet da Google ainda perde para o iPad Mini, que foi capaz de aguentar uma hora a mais. Entretanto, nem por isso o resultado do Nexus 7 chega a ser decepcionante.
Relação custo-benefício (nos EUA)
Como o novo Nexus 7 ainda não está disponível no mercado brasileiro, vamos analisar esse quesito levando em consideração o seu preço de lançamento nos Estados Unidos. Por lá, o modelo pode ser encontrado por US$ 229, em sua versão de 16 GB, e US$ 269, em sua versão de 32 GB.
Convertendo esse valor para a moeda brasileira, sem impostos, teríamos um tablet com preço entre R$ 570 e R$ 620, mais do que justo para a sua proposta. Infelizmente, sabemos que é improvável que isso aconteça na chegada ao mercado brasileiro, mas o produto se torna uma excelente opção para importação ou para quem tenha a oportunidade de viajar para o exterior e trazer um na bagagem.
Mesmo no mercado norte-americano, o valor de venda do produto está abaixo do preço praticado pelos seus principais concorrentes, em especial o iPad e o iPad Mini. Por conta disso, oferecendo um hardware melhor por um custo mais acessível, não é difícil explicar por que o Nexus 7 se tornou tão rapidamente um sucesso de vendas nos EUA.
Reprovado
Ainda pode melhorar a estética
Reduzir as bordas laterais do Nexus 7 tornou o aparelho mais esbelto e esteticamente mais interessante. Entretanto, esse corte aconteceu apenas na parte lateral, e tanto a parte de cima quanto a parte de baixo do produto tiveram as suas dimensões inalteradas.
Como já mencionamos anteriormente, muito provavelmente essa opção foi escolhida em prol de uma pegada mais firme, uma vez que, quando utilizamos o tablet em modo gamer, as bordas maiores evitam que aconteçam toques acidentais na tela com a parte das mãos que fica logo baixo do polegar.
Apesar de funcional, essa característica acaba “sacrificando” esteticamente a parte frontal do produto. Em outras palavras, é estranho ver que não há um equilíbrio entre as formas do aparelho, e não deixa de ser curioso notar um grande espaço ocioso nas partes superior e inferior quando estamos utilizando o produto em modo leitura, por exemplo.
Pode ficar tranquilo: essa característica não interfere em nada no desempenho do aparelho e muito provavelmente você não vai deixar de comprá-lo por conta disso. Entretanto, nunca é demais lembrar que outros fabricantes parecem ter conseguido soluções esteticamente melhores do que a encontrada pela Google ao menos nesse ponto.
Android ainda fica um pouco atrás quando o assunto é tablet
Essa não é uma crítica ao aparelho em si, mas vale a menção para quem está pensando em comprar um tablet. Entre os principais aparelhos do mercado, muitas vezes a diferença entre eles é decidida em pequenos detalhes, pois a grande maioria dos produtos apresenta muito mais qualidades do que pontos negativos.
Por muito tempo a Google deixou meio de lado os conteúdos específicos para tablet e, por conta disso, a Apple abriu uma folga na liderança nesse quesito. Porém, a evolução do Android tem acontecido de forma mais acelerada do que a evolução do iOS, o que fez com que a Google crescesse também no mercado de tablets.
Hoje, podemos afirmar categoricamente que, em termos de hardware e software, Android e iOS para tablets são equivalentes, sendo a decisão final do consumidor muito mais uma questão de gosto pessoal do que baseada em características técnicas. Entretanto, o ponto que ainda pesa contra a Google é o seu ecossistema com foco em tablets.
Ainda há mais opções de jogos específicos para tablets na App Store do que na Google Play. Com livros, é possível dizer que a situação já está de igual para igual, mas em se tratando de revistas a plataforma Android ainda fica muito atrás. Somente por conta disso, e esse é um ponto importante quando avaliamos esse tipo de produto, a Apple ainda pode se considerar um pouco à frente nessa categoria.
Entretanto, vale lembrar que essa distância entre as empresas já foi maior, e o Android recuperou de forma significativa o tempo perdido nos últimos 12 meses. É bem provável que, se a Google continuar nesse ritmo, ao final da geração deste Nexus 7 (o que deve ocorrer na metade de 2014) é bem possível que essa diferença entre ambos não exista mais.
Problemas momentâneos no GPS e na busca de rede
Tão logo o Nexus 7 chegou às lojas norte-americanas, os usuários começaram a reportar alguns pequenos problemas com relação ao GPS e à busca de rede. A Google admitiu os problemas e informou nesta semana que iniciou uma investigação para descobrir as possíveis causas e encontrar uma solução, de forma que em breve isso deve ser resolvido.
O problema, que também constatamos na prática, é a perda de sinal em alguns momentos, tanto na rede quanto no GPS. Ao deixar o tablet ocioso, em alguns momentos a conexão com o WiFi é perdida, e ao retomar o uso do aparelho é preciso aguardar nova autenticação. Não é nada que incomode tanto e a frequência com que isso acontece é relativa (não encontramos um padrão).
Vale a pena?
É inegável que o sistema operacional Android evoluiu muito nos últimos 12 meses. Entretanto, por mais que a Google tenha dominado o mercado de smartphones, no campo dos tablets ela permanece atrás da sua principal concorrente. A versão 2013 do Nexus 7 é uma aposta da empresa para mudar essa cenário.
Pela primeira vez, a companhia pretende investir de forma massiva no mundo dos tablets. Jogos desenhados especificamente para as telas maiores, seções específicas para apps de tablets, e o aumento considerável da biblioteca de livros são apenas algumas das medidas.
O hardware que acompanha esse desenvolvimento também segue à risca a nova “cartilha” da empresa. A grande mudança do novo Nexus 7 está na sua tela, cuja resolução de 1920x1200 pixels é das mais agradáveis. A densidade de pixels de 323 ppi também impressiona e se mostra adequada para a exibição de filmes, séries e vídeos.
Ao menos nos Estados Unidos, os preços do Nexus 7, entre US$ 230 e US$ 270, estão entre os mais acessíveis, ficando até mesmo abaixo dos valores praticados pelos principais concorrentes. Infelizmente, essa política agressiva de preços da Google por lá dificilmente deve se refletir por aqui quando o produto for lançado no Brasil, o que faz com que ele fuja um pouco da sua proposta.
Contudo, certamente estamos diante de um dos melhores tablets com Android já lançados no mercado, com fôlego e durabilidade para se sustentar entre os principais da sua categoria por pelo menos mais um ano. Ainda que o Brasil não acompanhe a sua faixa de preço, nem por isso o produto deixa de ser uma boa escolha para quem está procurando um tablet competente.
fONTE: http://www.tecmundo.com.br/
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