A partir de 2018 nenhum brasileiro poderá contar com o sinal televisivo analógico, pois ele será desligado e, em seu lugar, estará em operação o sinal digital. Isso significa que todas as TVs analógicas se tornarão inúteis, a menos que seus donos comprem adaptadores. A situação, que poderia deixar muita gente sem programação televisiva no Brasil, não preocupa o governo, que aposta: nenhum domicílio ficará no escuro.
"Existe um compromisso assumido pelo governo de que nenhum domicílio que tenha acesso ao sinal aberto e gratuito da TV ficará sem o sinal, após o desligamento do sinal analógico", garantiu o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, em entrevista ao site do Olhar Digital.
Havia a intenção de antecipar o desligamento da TV analógica para 2015, mas, para isso, o MiniCom teria de subsidiar 8 milhões de TVs digitais para a população de baixa renda. Mesmo que o corte tenha sido fixado para 2018, o que dará mais tempo a quem precisa se adaptar, ainda há uma preocupação com quem não tem como pagar por um aparelho novo.
Essas e outras questões foram respondidas pelo ministro em uma pequena entrevista que você pode conferir abaixo:
Olhar Digital: Os brasileiros estarão prontos para o desligamento da TV analógica, em 2018?
Paulo Bernardo: Existe um compromisso assumido pelo governo de que nenhum domicílio que tenha acesso ao sinal aberto e gratuito da TV ficará sem o sinal, após o desligamento do sinal analógico. Estamos empreendendo todos os esforços necessários para garantir uma transição segura e tranquila para a TV digital, pensando, inclusive, nas situações das famílias que não terão condições financeiras para custear integralmente um set-top-box para ligarem às suas TVs analógicas.
Quando o desligamento estava previsto para 2015, o governo iria subsidiar 8 milhões de TVs digitais para não deixar a população de baixa renda sem sinal. Com o prazo esticado para 2018 o plano se mantém? Há outra forma de incentivo em estudo?
O desligamento estava previsto para 2016, e todas as emissoras iriam desligar de uma vez só. O governo entendeu que seria melhor realizar um desligamento gradual, como foi feito em outros países. Por isso, o prazo foi alterado para que o desligamento ocorra entre 2015 e 2018. A antecipação do desligamento para 2015 ocorrerá apenas nas cidades onde for necessário para licitar a faixa de 700MHz. A política de subsídio para população de baixa renda ainda está em fase de estudos no MiniCom.
Há possibilidade de adiar o desligamento para além de 2018?
O governo trabalha com o que foi definido pelo decreto n.º 8.061/2013, prevê o desligamento gradual entre 2015 e 2018.
As operadoras estão satisfeitas com este prazo?
O retorno que temos recebidos dos radiodifusores tem sido satisfatório.
A partir de 2018, o Brasil terá duas faixas voltadas exclusivamente ao 4G, há garantia de que os fabricantes atenderão às duas? Se eles preferirem adotar somente a dos 700 MHz (padrão em muitos lugares do mundo), a de 2,5 GHz pode ficar esvaziada?
Não há risco de que a faixa de 2,5 GHz fique “esvaziada”. A faixa foi licitada em junho de 2012, tendo sido estabelecidas abrangentes metas de cobertura para as empresas vencedoras da licitação. Tais metas continuarão existindo, independentemente da licitação de outras faixas de radiofrequência para a prestação de serviços de quarta geração. Além disso, as duas faixas possuem características diferentes, com naturezas complementares. Assim, enquanto a faixa de 2,5 GHz tende a ser mais utilizada em grandes cidades, a faixa de 700 MHz tende a ser usada mais em regiões com menor densidade populacional, em função de sua capacidade de cobertura que é maior.
Caso isso aconteça, há alguma chance de o governo dar outra destinação à faixa de 2,5 GHz?
No momento, o governo não cogita dar outra destinação à faixa de 2,5 Ghz, porque, como dito, tanto esta faixa quanto a de 700 MHz estão destinadas para a prestação de serviços móveis de 4G
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